terça-feira, 7 de julho de 2009

Leia ouvindo Clocks do ColdPlay


Você disse? Eu amo você. Não quero nunca viver sem você. Você mudou minha vida. Você disse isso? Faça um plano. Estabeleça um objetivo. Trabalhe nele. Mas de vez em quando, olhe ao redor. Absorva. Por que é assim mesmo. Tudo pode acabar amanhã.

Com estas frases ditas por Meredith Grey, nos despedimos da quinta temporada de Grey’s Anatomy. Pode até parecer piegas, ou algo como use filtro solar, mas não nas mãos de roteiristas e de atores como Ellen Pompeo, Sandra Oh e Chandra Wilson.
Ainda acredito que a segunda temporada da série, aquela que a colocou entre as dez mais vistas da audiência americana e que de lá nunca mais saiu, tenha sido a melhor devido ao conjunto dos episódios que formavam uma unidade. Sem dúvida, porém, este foi o melhor final de temporada da série e talvez da temporada de séries.
A temporada começou meio morna, assim como haviam sido as duas últimas. Acreditava que os roteiristas haviam se perdido na história dos personagens e que a série se tornaria um entra e sai de atores e seus personagens e que nada teria da essência da série. Erro meu: do meio da temporada até o final os personagens novos entravam nas histórias dos velhos conhecidos e os apresentavam novas experiências, o que deixou a série com uma carga emocional como nunca teve.
Pudemos ver transformações radicais nos personagens principais. Sandra Oh, ótima como sempre, brilha nos momentos em que expõe seu lado sentimental. Não foi diferente quando, quase sem ar, diz “eu te amo”. Chandra Wilson, a então “nazi” da primeira temporada, começou a mostrar o seu lado mais maternal quando seu filho nasceu na segunda temporada e simplesmente deixou de lado a cara de mandona de que aprendemos a gostar para explodir em seu sentimento de medo por tudo aquilo que estava acontecendo ao seu redor. Para terminar, Ellen Pompeo que para mim nunca esteve à altura de uma personagem como Meredith Grey, grita com toda a força que consegue naquele momento “Oh God! Oh God”.
O que resume a série, desde a primeira temporada, se assim é possível fazer, é a conversa que Cristina Yang tem com Owen Hunt do lado de fora de Seattle Grace. Ela dizia que não importa quanto se estuda, quanto se especializa, no final sempre haverá a morte. Apesar da visão pessimista (única visão possível naquele momento), o que realmente se pode tirar é que, por mais que tentemos controlar as situações, saber o que está acontecendo, saber o que esperar o que vai acontecer no próximo instante, estamos sempre sujeitos ao acaso. São as “ondas contra as quais eu tentei nadar” cantadas pelo ColdPlay em Clocks. O controle talvez seja devido ao medo de tudo que não conhecemos, de tudo aquilo sobre o qual não temos controle. A vontade que as coisas aconteçam não passa de uma esperança, porque existem coisas que nos foge do controle seja na medicina ou seja na vida de qualquer pessoa. Passar por essa vida parece, portanto nos esforçar para que consigamos o que queremos sabendo, porém, que existem situações que simplesmente acontecem e nos impede de atingir nossos objetivos. Como as três frases escritas na chamada para o final de temporada:

Viver é se decidir
Viver é
se arriscar
Viver é sobreviver

...simplesmente sabendo que tudo pode acabar amanhã.

3 comentários:

Camila Telcontar disse...

Ah, eu acho que toda essa quinta temporada foi melhor que a segunda. Só o primeiro episódio eu não gostei muito, ficou longo e cansativo. Mas Gostei muito dos outros, principalmente na reta final.

é interessante como em grey's conseguimos acompanhar a evolução de todos os personagens! Sem ficar faltando nenhum. Bom, George, mas acho que é porque já tinha um acordo para sair... E dizem que ele não se dava muito bem com a Shonda.

Abraços!

Dom .A. disse...

"Mas de vez em quando, olhe ao redor. Absorva. Por que é assim mesmo. Tudo pode acabar amanhã".

Genial!

Ab

Dom .A. disse...

?