sábado, 26 de janeiro de 2008

Overdose de cinema

Dois dias, três filmes (quase quatro): este é o saldo do meu feriadão. Pensando que a cidade iria estar vazia, fui três vezes ao cinema. Apenas não fui ver Signo da Cidade ontem (que estava R$1,00) porque as salas estavam lotadas, por razões óbvias. Mas devo deixar a modéstia de lado e falar: fiz excelentes escolhas.
A primeira delas foi quinta à noite: Desejo e Reparação (Atonement). Sendo bem sincero, não esperava muito do filme. Pensava que ia ser mais um dos filmes de época com aquela historinha com começo, meio e fim, quadradinha, bem feita, mas com nada a adicionar. Grata decepção! Digamos que é um filme de época contato com uma linguagem bem moderna. Em dois momentos a mesma cena é contada de dois pontos de vista diferentes. Para quem for assitir, reparem ainda na cena em que o personagem principal chega à praia. Acredito que a cena dura pelo menos uns 4 minutos sem nenhum corte. O final apesar de não chegar a ser imprevisível, é diferente do que se espera de um filme de época. A tal designação "filme de época" é deixada de lado nos minutos finais do filme, quando a tela fica escura e apenas se houve a voz de uma mulher dizendo: "Posso começar de novo?". Um ótimo final, para um bom filme.

O segundo filme era um a que eu queria assistir na Mostra de Cinema de São Paulo, mas não tive a oportunidade: Paranoid Park, de Gus Van Sant, o mesmo de Elefante. Apesar de não ter gostado muito desse filme, optei por dar uma segunda chance ao Gus. A conclusão que tiro do filme: ele é chato, mas bom...muito bom! O cinema que no começo tinha platéia de 5 pessoas, no final caiu para duas, onde eu estava incluso. O filme não tem nenhuma reviravolta mirabolante, não tem explosões ou qualquer outro tipo de pirotecnia. A cena mais "hollywoodiana" do filme é a da morte do policial. Tirando isso, o filme é chato...mas, novamente, bom...muito bom! As imagens oníricas do personagem principal no Parque Paranoid, que é um pista de skate, prendem a atenção. Não é um filme que te dá respostas: mas você sairá do cinema julgando o personagem principal (ou não).

Por último, e acredito que este tenha sido o melhor filme dos três, assisti a O Gângster. Dirigido por Ridley Scott, o filme ganha muito mais pelos personagens que pela história propriamente dita. Apesar do encontro dos dois atores principais Denzel Washington e Russel Crowe apenas acontecer nos minutos finais do filme, a cena em que Russel Crowe espera por Denzel Washington do lado de fora da igreja ao som de Amazing Grace vale os R$18,00 (como cinema está caro!). A única ressalva que eu tenho para o filme é: ele deveria ter acabado nesta cena. O resto foi meio que enrolação que poderia ter se transformado em texto como acontece em quase todos os filmes de reconstituição de fatos verídicos, gênero do qual este filme faz parte.

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