terça-feira, 15 de setembro de 2009

É Pixar!

Fazer um longa de animação cujo personagem principal é um velho ranzinza não é à primeira vista muito atrativo ao público infantil. Num ano em que os grandes estúdios americanos, temendo uma contração de mercado (refletido em queda nas bilheteria), lançam fórmulas batidas como sequências de filmes blockbusters, filmes de super-heróis e de brinquedos, ou qualquer combinação das anteriores, UP chega aos cinemas como a confirmação de que um filme pode fazer sucesso tanto de crítica quanto de público.
Comecemos comprovando o sucesso de crítica. O site Metacritic, que levanta as críticas dos principais meios de comunicação impressos americanos, computou a nota de 88 para o filme. Até o momento é o longa com maior nota do ano, lembrando que o site lista não apenas filmes americanos como de todo mundo. Quanto ao sucesso de público, somente nos Estados Unidos a animação faturou quase 300 milhões de dólares, o que a colocou na segunda posição da bilheteria do verão americano, perdendo apenas para Transformers - A Vingança dos Derrotados.

Podem-se enumerar vários motivos pelos quais UP dá certo. O primeiro deles é o mais óbvio: o filme é bom e tem a qualidade Pixar. É uma história bem contada, com um excelente ritmo, variando entre o sentimental e ótimos elementos cômicos.
O segundo deles é o fato da Pixar conseguir se comunicar desde o público infantil até o adulto. O fato é que quem leva as crianças ao cinema são os pais e, dado o preço que os cinemas cobram hoje, os adultos também querem que o filme valha a pena, e a Pixar sabe disso. E a conclusão é simples: quanto maior for o público alvo do seu filme e principalmente, se esse filme conseguir "dialogar" com esse público alvo maior, as chances de uma bilheteria considerável é aumentada. Os primeiros minutos de UP mostram exatamente isso: ao contar a história do velhinho ranzinza e como foi sua vida, desde quando conheceu sua mulher na infância, temos momentos cômicos mais voltados para o público infantil, até momentos mais complexos, principalmente depois que os dois se casam, momentos estes a que as crianças assistem, entendem a sequência de fatos para entenderem o filme, mas muito provavelmente não a levaram em consideração para compreender os motivos pelos quais o velhinho vai até a América do Sul com a casa.
O terceiro fator, e talvez o que tenha mais contribuído para o sucesso de público, seja o fato da exibição de UP no formato 3D. Os grandes estúdios percebendo que estão perdendo público para aqueles que baixam os filmes pela internet, assistindo aos filmes no conforto de casa, vem buscando um diferencial e atrativo para a exibição do cinema. Enquanto não é lançada a imagem 3D para televisores, que parece que não vai demorar muito, os cinemas já usam esse diferencial. As exibições em formato 3D parecem ter salvo o cinema americano da retração este ano.
Emocional ou cômico, para crianças ou para adultos, 3D ou 2D, o fato é que a Pixar acertou...de novo! Com um portifólio de longas que vêm num crescente de qualidade técnica e de conteúdo, desde Toy Story, passando por Monstros S.A., Procurando Nemo, Os Incríveis e mais recentemente o excelente Wall-E, o fato é que a Pixar ainda não errou e nós cinéfilos a agradecemos por isso.

3 comentários:

Unknown disse...

Vi e adorei esse filme. É lindo, emocionante e engraçado ao mesmo tempo. Recomendo! Beijos

Cristiano Contreiras disse...

Caro, Felipe

Ainda não pude ver esta animação, mas está na minha 'lista pra ver na semana', até por que eu gosto de muitas animações, principalmente as últimas dos 2 anos pra cá.

Ah, uma coisa: Paul Aster é magnífico, né? A forma como ele escreve e descreve personagens é intenso, gosto disso. Adoro Homem no Escuro.

Abraço, te sigo de perto.

it was RED - Para quem gosta de cinema disse...

Olá, deixei dois selos para ti no meu blog; para pegá-los o selo,passe lá! Parabéns pelo teu trabalho! Abraço!