
Comecemos comprovando o sucesso de crítica. O site Metacritic, que levanta as críticas dos principais meios de comunicação impressos americanos, computou a nota de 88 para o filme. Até o momento é o longa com maior nota do ano, lembrando que o site lista não apenas filmes americanos como de todo mundo. Quanto ao sucesso de público, somente nos Estados Unidos a animação faturou quase 300 milhões de dólares, o que a colocou na segunda posição da bilheteria do verão americano, perdendo apenas para Transformers - A Vingança dos Derrotados.

O segundo deles é o fato da Pixar conseguir se comunicar desde o público infantil até o adulto. O fato é que quem leva as crianças ao cinema são os pais e, dado o preço que os cinemas cobram hoje, os adultos também querem que o filme valha a pena, e a Pixar sabe disso. E a conclusão é simples: quanto maior for o público alvo do seu filme e principalmente, se esse filme conseguir "dialogar" com esse público alvo maior, as chances de uma bilheteria considerável é aumentada. Os primeiros minutos de UP mostram exatamente isso: ao contar a história do velhinho ranzinza e como foi sua vida, desde quando conheceu sua mulher na infância, temos momentos cômicos mais voltados para o público infantil, até momentos mais complexos, principalmente depois que os dois se casam, momentos estes a que as crianças assistem, entendem a sequência de fatos para entenderem o filme, mas muito provavelmente não a levaram em consideração para compreender os motivos pelos quais o velhinho vai até a América do Sul com a casa.
O terceiro fator, e talvez o que tenha mais contribuído para o sucesso de público, seja o fato da exibição de UP no formato 3D. Os grandes estúdios percebendo que estão perdendo público para aqueles que baixam os filmes pela internet, assistindo aos filmes no conforto de casa, vem buscando um diferencial e atrativo para a exibição do cinema. Enquanto não é lançada a imagem 3D para televisores, que parece que não vai demorar muito, os cinemas já usam esse diferencial. As exibições em formato 3D parecem ter salvo o cinema americano da retração este ano.
